Vasco Mota (n. 1999, Portugal) deambula pela cidade do Porto, observando e rabiscando as suas ruas e vielas, praças e largos, parques e jardins, com o desejo de dar a conhecer a história da cidade pela qual se enamorou, assim como os seus recantos mais característicos e encantadores.
Como o nome indica, trata-se de desenhos da urbanização, captados mais ou menos rapidamente num suporte de fácil transporte. Adota-se a tradição da pintura en plein air, registando os instantes da vida urbana. Enquanto no século XIX, com a inovação dos tubos de tinta de óleo, os pintores impressionistas saíam dos seus ateliers e se deslocavam com cavaletes e telas de pequenas dimensões para os vastos campos franceses, no século XXI, os desenhadores do movimento internacional Urban Sketchers experimentaram um método mais prático e ligeiro, adaptado ao quotidiano acelerado da vida contemporânea. O cavalete e a tela foram substituídos por um caderno de papel, e as tintas de óleo, de secagem lenta, deram lugar às tintas de aguarela, leves e voláteis, acompanhadas pela esferográfica ou aparo.
Manchas de cor sobrepostas alastram-se pelo papel, criando formas que se assemelham a construções, árvores, figuras que habitam aqueles espaços. Estas formas definem-se plenamente quando acompanhadas pelo desenho linear e preciso da esferográfica, que delineia os seus contornos.
Vasco Mota transporta agora o universo do urban sckething para a Bienal de Arte Contemporânea da Maia 2025, onde conduz uma oficina de desenho, acompanhado por um conjunto de outros artistas. Durante o momento inaugural da exposição, orientará uma sessão de desenho in situ, cuja premissa é estimular a prática do desenho em comunidade, retratando a própria Bienal pelo olhar de quem nela participa.
Investigação e criação de textos de apoio à curadoria: Leonor Guerreiro Queiroz