Comunidade, ética, estética, natureza e transformação agrária e artística são os pilares do CEENTAA – um projeto que ensaia formas de transição para outros modos de existência, em que as pessoas se reconhecem como parte integrante da Natureza.
Através de uma agrofloresta propõe-se um espaço de reflexão crítica, experimentação e ação conjunta, que estimula o entrosamento da arte – enquanto dimensão da vida humana – com a agricultura. Neste processo, favorece-se a criação de uma comunidade temporária, que usa a errância para treinar o estar verdadeiramente presente, o fazer coletivo sem hierarquias e a substituição da rede de interesses por uma de afetos. As residências CEENTAA procuram romper com a lógica produtivista, propondo aos artistas a experiência do estar, a ligação ao território e às suas forças visíveis e invisíveis.
Com uma prática que cruza corpo, ecologia e imaginação especulativa, Ana Rita Teodoro encontra, no contexto desta residência, um lugar de escuta e relação, convidando a uma atenção renovada ao mundo mais‐que‐humano e trazendo a afetação e o sensível para o centro da relação. Assim, incita a uma metamorfose, convocando “ferramentas para a mudança” através de gestos poéticos que religam alimento, pensamento e cuidado.