Enquanto espaço independente de criação, apresentação e formação, a Galeria Papoila, no Porto, acolheu duas residências no âmbito da BACM 2025: uma artística e outra curatorial. Na primeira, o artista Ruben Zacarias desenvolveu a pintura em lona que viria a apresentar numa das fachadas do Fórum da Maia, ao longo da bienal. Paralelamente, este espaço recebeu uma residência curatorial, conduzida pelo próprio Ruben Zacarias, em conjunto com o curador Manuel Santos Maia, dedicada às práticas curatoriais e à concepção de projectos expositivos, fornecendo aos participantes ferramentas para pensar e desenvolver uma proposta curatorial.
Partindo da ligação afectiva e familiar de ambos a Moçambique, com enfoque na celebração dos 50 anos de independência deste território, a residência consolidou um projecto mais amplo que, além de uma exposição, integrou diversos momentos multidisciplinares, nomeadamente uma performance de Atija Assane, um concerto do músico Ivan Langa, leituras performativas por Alberto Magassela e uma performance gastronómica a cargo da Bia, que serviram de mote para o convívio entre os visitantes. Para além deste momento, realizou-se ainda um debate sobre as independências africanas, no âmbito do encerramento do II Ciclo “Entre Culturas – Artes, Artistas e Intelectuais entre Portugal e Moçambique” e da Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos”, ambos promovidos pelo LabCLIP, laboratório do CICANT, unidade de investigação da Universidade Lusófona.